Autoras: Sunchii
Capítulo 2 : Morar sozinha?
Início
Era mais uma aula sem graça, na verdade, História. Quem quer saber sobre quem já morreu? Sun estava no meu lado, quase dormindo. Ele começou a ditar os nomes para o novo trabalho.
Que não fosse o Lysandre! Não pode ser ele!
– Melody e Castiel.
Suspirei aliviada, mas percebi que ao ouvir o nome de Castiel, Sun se mexeu inconfortável, mas será que... Oh, não... Eles se odeiam certo? Estranho, mas vou ignorar. Logo após a dupla de Alexy e Iris o professor citou o nome de Sun com Nathaniel. O professor continuou a longa e tediosa matéria e eu chamei Sun.
– Ei... Sun! – Ela olhou para mim e deu um pequeno sorriso. – Pode vir comigo durante o intervalo? Vou tentar falar com Castiel sobre esse trabalho. Espero que ele esteja de bom-humor hoje...
– Você sabe ir sozinha. Não quero ver a cara dele hoje, na verdade, nunca mais.
– Por favor! Você sabe que eu tenho medo dele!
– Ele não morde! Eu acho... – Sorriu marota e me puxou pelo braço. – A gente vai tomar água, tá? Não repare na demora. – Sun me puxou pelos corredores e eu fiquei calada durante esse tempo...
– Sun, o que você está fazendo? Saiu sem mais ou menos!
– Achar Castiel no intervalo? Está brincando! Só o achamos durante as aulas. Ele sempre fica no pátio, e durante o intervalo está cheio de pessoas e o que o ruivo maldito mais odeia é pessoas, então...
Deparamo-nos com ele sentado no banco, afinando a sua guitarra. Sun me empurrou para ele e veio atrás de mim. Eu não tinha medo dele, era mais algo como um tipo de senso de perigo, sabe?
– C-Castiel, oi...
– Oi. – Ele me ignorou e continuou afinando a guitarra, depois de um tempo o olhando ele me olhou novamente meio bravo. – O que foi, hein? Vai ficar me encarando mesmo?
– Temos um trabalho de história para fazer. Podemos nos encontrar algum dia para fazermos juntos? ... – Parei no meio da frase e só ouvi um suspiro atrás de mim, provavelmente a Sun, mas mesmo assim ignorei que ele me olhava.
– Você tem que ser mais convincente Mell. Observe: Castiel, você vai fazer o trabalho de história com ela e vai se reunir em algum lugar com ela, escutou? E vai, principalmente, ajudar no trabalho.
– E quem é você para mandar em mim?
– Sua superior. É claro.
– Vou ignorar esse comentário... – Ele pôs as mãos na cabeça, como se estivesse apagando de sua memória e olhou para mim. – E você? Não pode falar isso comigo sozinha? Tem que vir com essa aí?
– Eu não ou essa “aí”, eu tenho nome e você o sabe.
– Sei, sei... – Revirou os olhos negros. – Sexta à noite. Seis horas. Biblioteca do colégio.
Saí puxando Sun ao meu lado. Deparei-me com Bell conversando com Armin e Alexy. Ela olhou para mim e sorriu não muito verdadeiramente.
– Bell! Oi!
– E aí? – Suspirou. – Vem aqui, quero conversar com você...
Ela me puxou para um canto afastado deles. Deixou Sun lá também. Eu estava estranhando, não fazia o gênero de Bell fazer esse tipo de coisa, mas deve ser importante... Não sei por que, mas me passou algo de ruim em minha mente por um breve segundo.
– Eu vou me mudar.
– Vamos nos mudar?! Acabamos de chegar!
– De sua parte eu não sei, maninha, mas eu vou.
– Por quê?!
– Papai quer a nossa guarda.
– Ele o quê?
– É surda por acaso?
– Não, não, só estou...
– Tá. Já falei, então... – Se retirou de onde eu estava e eu continuei lá, parada. Encostei-me à parede e comecei a chorar. Eu não queria me mudar novamente. Eu não queria ficar com meu pai.
– Mell? O que aconteceu? – Sun se abaixou na minha altura e tentou puxar meu rosto, mas não adiantou. – Ei, Mell! Me diz... Lysandre! Foi você? Falou algo para a Mell? Por que se disse... – Gritou ao meu lado.
– Não fiz nada. O que aconteceu? Você está bem?
Levantei a minha cabeça. Meus olhos deviam estar vermelhos, mas tentei ignorar isso. Passei a olhar Sun, ela tinha preocupação, mas apenas sussurrei algo que temo que ela não tenha escutado.
Não expliquei nada a ninguém. Não tive mais notícia de meu pai ou de Bell, e segui em frente, eu não me mudaria. Não mesmo. Quando vi, já era sexta-feira. Tinha que me encontrar com Castiel.
Arrumei-me e coloquei um vestido lilás com as minhas sapatilhas brancas e fui ao colégio, levava o meu computador para digitar o trabalho. Entrei correndo depois de minutos, estava atrasada, começo a achar que isso é de família...
– Está atrasada. – Vi Castiel quase dormindo em cima de um livro.
– Desculpe e... – Fui interrompida por outras pessoas entrando na biblioteca. Ambre e Lysandre. Maravilha. – Droga... Vamos começar certo? Não é um trabalho muito grande, acho que em menos de uma hora terminamos tudo.
– Ei! Lys! Não sabia que gostava de vacas... – Olhou para Ambre e deu um sorriso sarcástico.
– Trabalho de história. – Respondeu o cumprimentando. - Olá. – Acenou para mim e eu simplesmente abaixei a cabeça e dei outro aceno tímido.
– Castiel... – Ambre falou com o que ela considera uma voz sedutora.
– Hum? Ouvi alguma coisa? Não... – Riu e voltou para a mesa comigo.
Eu fiquei fazendo o trabalho todo sozinho – como esperado – enquanto ele ouvia música, chamei a atenção dele o juntando por debaixo da mesa. Ele tirou um fone e me olhou, acredito que esperava a minha fala, assim o fiz:
– Você g-gosta da Sun?
– Da Watanabe? – Gargalhou alto.
– Ela gosta de você, quero dizer... Eu acho.
– Nós nos odiamos.
– Eu acho que deve falar com ela quanto a isso... – Eu não queria me meter da vida dela, mas caso eu me mudasse mesmo, queria fazer um favor, nem que fosse que eles ficassem juntos, talvez... – Pode ir, eu acabo sozinha. Sabe onde fica a casa dela?
– Quem disse que eu vou?
– E quem disse que você não vai?
– Eu digo que não vou.
– Tudo bem. Ela gosta de você, na verdade, eu acho que ela odeia amar você.
– Vou ter um ataque de risos. – Falou sério para mim, olhando para a bibliotecária velha que lia uma revista qualquer. – Eu não vou e não entendo porque está falando, então, entenda que está excluída essa “coisa” que você falou.
– Tudo bem! Pode ir embora, de qualquer maneira, só vou acabar isso aqui e já acabamos.
– Fui. – Pegou a sua mochila e saiu da porta em segundos.
– Castiel voltará? –Lysandre me perguntou.
– Não.
– Droga... Tínhamos combinado de ensaiar. Ele disse aonde ia?
– Não, mas provavelmente vai à casa de Sun.
– Da Watanabe?
– Sim...
– Por que ele faria isso e... – Suspirou cansadamente. – Deixe.
– Certo.
Fechei o meu notebook e o guardei na mochila. Notei que Ambre tinha sumido, provavelmente ido atrás de Castiel. Quando eu ia sair da biblioteca uma mão me parou. Lysandre. Meu rosto ficou vermelho e não me virei, não até ele falar alguma coisa...
– Quer que eu te acompanhe até em casa?
– Hn?! N-Não! Estou bem...
– Não seja assim. Não vou me aproveitar de você ou algo assim. – Fez uma cara emburrada tão fofa que eu automaticamente concordei com ele.
Depois de meia-hora já estávamos na frente de minha casa. Não conversamos muito durante o tempo que tínhamos, ele só comentou sobre Castiel e sobre o tempo desagradável com a Ambre.
– É aqui. – Comentei parando em frente à casa azul e branca.
– Bela casa. – Comentou dando um pequeno sorriso. – Época vitoriana.
– É sim, gosto dela, não quero a deixar...
– Ah. – Ele deu um sorriso para mim e me olhou por um tempo. – Tenho uma coisa para você. – Remexeu em sua mochila preta o seu bloco de notas, tinha o visto com ele em várias aulas. Devia ser importante. – São as minhas canções, quero que as leia e me diga o que acha.
– P-Por que eu? Quero dizer... Eu gosto de música, mas não sou nenhuma profissional ou algo do gênero. – Peguei o bloco em suas mãos e o folhei rapidamente, estava cheio de anotações.
– Já vou indo. – Ele se aproximou de mim, estávamos a centímetros de distancia, ele era mais ou menos vinte centímetros mais alto que eu. Os seus lábios tocaram a minha testa em um modo terno.
Sentia a minha pele queimar, e notei que ele demorou a se separar de mim. Acenou e foi embora, eu estava me sentindo meia tonta, porém entrei em casa e quem me esperava era a Bell. Uma mala em seu lado.
– Vi o que aconteceu ali... O seu marido parece bem apaixonado. – Deu uma risada sarcástica e arrancou o bloco dele de minhas mãos. – Hummm, é para você? “Seus lábios são tentadores, algum dia a terei somente para mim” – Recitou uma parte da canção e riu novamente. – Ele parece pervertido...
– O-O quê? Bell! – Peguei o bloco e o protegi dela com as minhas duas mãos.
– Calma... – Ela suspirou desconfortável. – Amanhã eu vou embora, parece que mamãe aceitou que ele pegasse a nossa guarda, porém disse que você devia escolher se quer ou não. Sei que não deve querer, porque nosso pai não é muito... Gentil.
– Eu não vou.
– Vamos nos separar então, aliás, mamãe está indo para Londres. Não deixe vestígios que mora sozinha, se não papai vai tentar pegar a sua guarda. Aliás, tente arrumar uma companheira, a casa vai pegar fogo se ficar sozinha, desastrada do jeito que é...
– Eu vou sentir sua falta. – Senti meus olhos marejados e a abracei. Ela demorou a retribuir o abraço, mas quando notei Bell também chorava comigo.
– Belldandy, não chore. O que é isso? Essa não é a minha irmã.
– Oh sim... – Ela sorriu. – Amanhã eu vou para aula, meu vôo sai depois das aulas, quero me despedir dos gêmeos.
– Que bom, não se esqueça da Sun, ela gosta de você.
– Ela? – Riu sarcasticamente. – Tanto quanto eu.
– Vamos dormir, está tarde... – Bocejei preguiçosamente.
– Se não tivesse ficado tanto tempo com o seu namoradinho...
– Bell!
– Desculpe, é marido.
– Ora Bell!
No outro dia eu acordei animada, apesar de estar triste por Bell ir embora. Ela já estava arrumada, porém eu estava completamente desarrumada, se Lysandre me visse assim sairia correndo e... Por que eu me lembrei dele? Meus pensamentos estão contra mim hoje.
– Vamos.
– Espera! Me dá dez minutos! Dez!
– 1. 2. 3.
– Minutos, não segundos!
Depois de uma imensa briga/brincadeira com Bell conseguimos sair no horário normal e chegamos uns doze minutos antes de bater. Bell foi à procura dos gêmeos e eu de Sun.
– Oi Sun!
– ...
– Sun?
– ...
– SUN!
– O que foi? – Resmungou me olhando.
– Eu te chamei três vezes e você nem me olhou! Está perdida em pensamentos hoje, hein? – Ri baixinho do olhar mortal que ela havia me mandado, eu, sinceramente, já tinha me acostumado.
– Estou sempre perdida em pensamentos, minha cara Mell.
– Está lendo muito Sherlock Holmes. – Suspirei e os meus olhos brilharam ao ver Lysandre passar de um corredor para o outro. Eu contaria para Sun, mas sabia que ela não era muito interessada. – Sun, ontem Lysandre me acompanhou até em casa.
– Espera aí. Nem fale, sei que quer me contar, mas não quero ouvir nada que esteja relacionado ao Castiel, e Lysandre é o melhor amigo dele. Só me diga algo caso não tenha nada citado do ruivo dos infernos.
– O que o Cast fez? – Ri nervosamente, ele teria ido a casa dela? Talvez.
– Cast? Desde quando é amiga do ruivo? – Riu sem-humor e murmurou algumas coisas que não entendi. – Não aconteceu nada, infelizmente ele me encontrou ontem por acaso e tivemos mais uma briga.
– Normal. Bem, Lysandre me levou até em casa e me deu para ler o bloco de notas dele, ontem eu estava muito cansada, nem consegui abrir. – Bocejei com um pouco de sono e ela me olhava, esperando algo a mais. – Ele me deu um beijo na testa. – Sussurrei vermelha.
– Só? Esse cara não se mexe, não?
– Para mim foi muito!
– Quando ele te beijar de verdade você vai desmaiar?
– D-Do que está falando?
– Nada demais, nada. Esqueça. - Murmurou me arrastando para a sala de aula.
Que não fosse o Lysandre! Não pode ser ele!
– Melody e Castiel.
Suspirei aliviada, mas percebi que ao ouvir o nome de Castiel, Sun se mexeu inconfortável, mas será que... Oh, não... Eles se odeiam certo? Estranho, mas vou ignorar. Logo após a dupla de Alexy e Iris o professor citou o nome de Sun com Nathaniel. O professor continuou a longa e tediosa matéria e eu chamei Sun.
– Ei... Sun! – Ela olhou para mim e deu um pequeno sorriso. – Pode vir comigo durante o intervalo? Vou tentar falar com Castiel sobre esse trabalho. Espero que ele esteja de bom-humor hoje...
– Você sabe ir sozinha. Não quero ver a cara dele hoje, na verdade, nunca mais.
– Por favor! Você sabe que eu tenho medo dele!
– Ele não morde! Eu acho... – Sorriu marota e me puxou pelo braço. – A gente vai tomar água, tá? Não repare na demora. – Sun me puxou pelos corredores e eu fiquei calada durante esse tempo...
– Sun, o que você está fazendo? Saiu sem mais ou menos!
– Achar Castiel no intervalo? Está brincando! Só o achamos durante as aulas. Ele sempre fica no pátio, e durante o intervalo está cheio de pessoas e o que o ruivo maldito mais odeia é pessoas, então...
Deparamo-nos com ele sentado no banco, afinando a sua guitarra. Sun me empurrou para ele e veio atrás de mim. Eu não tinha medo dele, era mais algo como um tipo de senso de perigo, sabe?
– C-Castiel, oi...
– Oi. – Ele me ignorou e continuou afinando a guitarra, depois de um tempo o olhando ele me olhou novamente meio bravo. – O que foi, hein? Vai ficar me encarando mesmo?
– Temos um trabalho de história para fazer. Podemos nos encontrar algum dia para fazermos juntos? ... – Parei no meio da frase e só ouvi um suspiro atrás de mim, provavelmente a Sun, mas mesmo assim ignorei que ele me olhava.
– Você tem que ser mais convincente Mell. Observe: Castiel, você vai fazer o trabalho de história com ela e vai se reunir em algum lugar com ela, escutou? E vai, principalmente, ajudar no trabalho.
– E quem é você para mandar em mim?
– Sua superior. É claro.
– Vou ignorar esse comentário... – Ele pôs as mãos na cabeça, como se estivesse apagando de sua memória e olhou para mim. – E você? Não pode falar isso comigo sozinha? Tem que vir com essa aí?
– Eu não ou essa “aí”, eu tenho nome e você o sabe.
– Sei, sei... – Revirou os olhos negros. – Sexta à noite. Seis horas. Biblioteca do colégio.
Saí puxando Sun ao meu lado. Deparei-me com Bell conversando com Armin e Alexy. Ela olhou para mim e sorriu não muito verdadeiramente.
– Bell! Oi!
– E aí? – Suspirou. – Vem aqui, quero conversar com você...
Ela me puxou para um canto afastado deles. Deixou Sun lá também. Eu estava estranhando, não fazia o gênero de Bell fazer esse tipo de coisa, mas deve ser importante... Não sei por que, mas me passou algo de ruim em minha mente por um breve segundo.
– Eu vou me mudar.
– Vamos nos mudar?! Acabamos de chegar!
– De sua parte eu não sei, maninha, mas eu vou.
– Por quê?!
– Papai quer a nossa guarda.
– Ele o quê?
– É surda por acaso?
– Não, não, só estou...
– Tá. Já falei, então... – Se retirou de onde eu estava e eu continuei lá, parada. Encostei-me à parede e comecei a chorar. Eu não queria me mudar novamente. Eu não queria ficar com meu pai.
– Mell? O que aconteceu? – Sun se abaixou na minha altura e tentou puxar meu rosto, mas não adiantou. – Ei, Mell! Me diz... Lysandre! Foi você? Falou algo para a Mell? Por que se disse... – Gritou ao meu lado.
– Não fiz nada. O que aconteceu? Você está bem?
Levantei a minha cabeça. Meus olhos deviam estar vermelhos, mas tentei ignorar isso. Passei a olhar Sun, ela tinha preocupação, mas apenas sussurrei algo que temo que ela não tenha escutado.
Não expliquei nada a ninguém. Não tive mais notícia de meu pai ou de Bell, e segui em frente, eu não me mudaria. Não mesmo. Quando vi, já era sexta-feira. Tinha que me encontrar com Castiel.
Arrumei-me e coloquei um vestido lilás com as minhas sapatilhas brancas e fui ao colégio, levava o meu computador para digitar o trabalho. Entrei correndo depois de minutos, estava atrasada, começo a achar que isso é de família...
– Está atrasada. – Vi Castiel quase dormindo em cima de um livro.
– Desculpe e... – Fui interrompida por outras pessoas entrando na biblioteca. Ambre e Lysandre. Maravilha. – Droga... Vamos começar certo? Não é um trabalho muito grande, acho que em menos de uma hora terminamos tudo.
– Ei! Lys! Não sabia que gostava de vacas... – Olhou para Ambre e deu um sorriso sarcástico.
– Trabalho de história. – Respondeu o cumprimentando. - Olá. – Acenou para mim e eu simplesmente abaixei a cabeça e dei outro aceno tímido.
– Castiel... – Ambre falou com o que ela considera uma voz sedutora.
– Hum? Ouvi alguma coisa? Não... – Riu e voltou para a mesa comigo.
Eu fiquei fazendo o trabalho todo sozinho – como esperado – enquanto ele ouvia música, chamei a atenção dele o juntando por debaixo da mesa. Ele tirou um fone e me olhou, acredito que esperava a minha fala, assim o fiz:
– Você g-gosta da Sun?
– Da Watanabe? – Gargalhou alto.
– Ela gosta de você, quero dizer... Eu acho.
– Nós nos odiamos.
– Eu acho que deve falar com ela quanto a isso... – Eu não queria me meter da vida dela, mas caso eu me mudasse mesmo, queria fazer um favor, nem que fosse que eles ficassem juntos, talvez... – Pode ir, eu acabo sozinha. Sabe onde fica a casa dela?
– Quem disse que eu vou?
– E quem disse que você não vai?
– Eu digo que não vou.
– Tudo bem. Ela gosta de você, na verdade, eu acho que ela odeia amar você.
– Vou ter um ataque de risos. – Falou sério para mim, olhando para a bibliotecária velha que lia uma revista qualquer. – Eu não vou e não entendo porque está falando, então, entenda que está excluída essa “coisa” que você falou.
– Tudo bem! Pode ir embora, de qualquer maneira, só vou acabar isso aqui e já acabamos.
– Fui. – Pegou a sua mochila e saiu da porta em segundos.
– Castiel voltará? –Lysandre me perguntou.
– Não.
– Droga... Tínhamos combinado de ensaiar. Ele disse aonde ia?
– Não, mas provavelmente vai à casa de Sun.
– Da Watanabe?
– Sim...
– Por que ele faria isso e... – Suspirou cansadamente. – Deixe.
– Certo.
Fechei o meu notebook e o guardei na mochila. Notei que Ambre tinha sumido, provavelmente ido atrás de Castiel. Quando eu ia sair da biblioteca uma mão me parou. Lysandre. Meu rosto ficou vermelho e não me virei, não até ele falar alguma coisa...
– Quer que eu te acompanhe até em casa?
– Hn?! N-Não! Estou bem...
– Não seja assim. Não vou me aproveitar de você ou algo assim. – Fez uma cara emburrada tão fofa que eu automaticamente concordei com ele.
Depois de meia-hora já estávamos na frente de minha casa. Não conversamos muito durante o tempo que tínhamos, ele só comentou sobre Castiel e sobre o tempo desagradável com a Ambre.
– É aqui. – Comentei parando em frente à casa azul e branca.
– Bela casa. – Comentou dando um pequeno sorriso. – Época vitoriana.
– É sim, gosto dela, não quero a deixar...
– Ah. – Ele deu um sorriso para mim e me olhou por um tempo. – Tenho uma coisa para você. – Remexeu em sua mochila preta o seu bloco de notas, tinha o visto com ele em várias aulas. Devia ser importante. – São as minhas canções, quero que as leia e me diga o que acha.
– P-Por que eu? Quero dizer... Eu gosto de música, mas não sou nenhuma profissional ou algo do gênero. – Peguei o bloco em suas mãos e o folhei rapidamente, estava cheio de anotações.
– Já vou indo. – Ele se aproximou de mim, estávamos a centímetros de distancia, ele era mais ou menos vinte centímetros mais alto que eu. Os seus lábios tocaram a minha testa em um modo terno.
Sentia a minha pele queimar, e notei que ele demorou a se separar de mim. Acenou e foi embora, eu estava me sentindo meia tonta, porém entrei em casa e quem me esperava era a Bell. Uma mala em seu lado.
– Vi o que aconteceu ali... O seu marido parece bem apaixonado. – Deu uma risada sarcástica e arrancou o bloco dele de minhas mãos. – Hummm, é para você? “Seus lábios são tentadores, algum dia a terei somente para mim” – Recitou uma parte da canção e riu novamente. – Ele parece pervertido...
– O-O quê? Bell! – Peguei o bloco e o protegi dela com as minhas duas mãos.
– Calma... – Ela suspirou desconfortável. – Amanhã eu vou embora, parece que mamãe aceitou que ele pegasse a nossa guarda, porém disse que você devia escolher se quer ou não. Sei que não deve querer, porque nosso pai não é muito... Gentil.
– Eu não vou.
– Vamos nos separar então, aliás, mamãe está indo para Londres. Não deixe vestígios que mora sozinha, se não papai vai tentar pegar a sua guarda. Aliás, tente arrumar uma companheira, a casa vai pegar fogo se ficar sozinha, desastrada do jeito que é...
– Eu vou sentir sua falta. – Senti meus olhos marejados e a abracei. Ela demorou a retribuir o abraço, mas quando notei Bell também chorava comigo.
– Belldandy, não chore. O que é isso? Essa não é a minha irmã.
– Oh sim... – Ela sorriu. – Amanhã eu vou para aula, meu vôo sai depois das aulas, quero me despedir dos gêmeos.
– Que bom, não se esqueça da Sun, ela gosta de você.
– Ela? – Riu sarcasticamente. – Tanto quanto eu.
– Vamos dormir, está tarde... – Bocejei preguiçosamente.
– Se não tivesse ficado tanto tempo com o seu namoradinho...
– Bell!
– Desculpe, é marido.
– Ora Bell!
No outro dia eu acordei animada, apesar de estar triste por Bell ir embora. Ela já estava arrumada, porém eu estava completamente desarrumada, se Lysandre me visse assim sairia correndo e... Por que eu me lembrei dele? Meus pensamentos estão contra mim hoje.
– Vamos.
– Espera! Me dá dez minutos! Dez!
– 1. 2. 3.
– Minutos, não segundos!
Depois de uma imensa briga/brincadeira com Bell conseguimos sair no horário normal e chegamos uns doze minutos antes de bater. Bell foi à procura dos gêmeos e eu de Sun.
– Oi Sun!
– ...
– Sun?
– ...
– SUN!
– O que foi? – Resmungou me olhando.
– Eu te chamei três vezes e você nem me olhou! Está perdida em pensamentos hoje, hein? – Ri baixinho do olhar mortal que ela havia me mandado, eu, sinceramente, já tinha me acostumado.
– Estou sempre perdida em pensamentos, minha cara Mell.
– Está lendo muito Sherlock Holmes. – Suspirei e os meus olhos brilharam ao ver Lysandre passar de um corredor para o outro. Eu contaria para Sun, mas sabia que ela não era muito interessada. – Sun, ontem Lysandre me acompanhou até em casa.
– Espera aí. Nem fale, sei que quer me contar, mas não quero ouvir nada que esteja relacionado ao Castiel, e Lysandre é o melhor amigo dele. Só me diga algo caso não tenha nada citado do ruivo dos infernos.
– O que o Cast fez? – Ri nervosamente, ele teria ido a casa dela? Talvez.
– Cast? Desde quando é amiga do ruivo? – Riu sem-humor e murmurou algumas coisas que não entendi. – Não aconteceu nada, infelizmente ele me encontrou ontem por acaso e tivemos mais uma briga.
– Normal. Bem, Lysandre me levou até em casa e me deu para ler o bloco de notas dele, ontem eu estava muito cansada, nem consegui abrir. – Bocejei com um pouco de sono e ela me olhava, esperando algo a mais. – Ele me deu um beijo na testa. – Sussurrei vermelha.
– Só? Esse cara não se mexe, não?
– Para mim foi muito!
– Quando ele te beijar de verdade você vai desmaiar?
– D-Do que está falando?
– Nada demais, nada. Esqueça. - Murmurou me arrastando para a sala de aula.
Fim do capítulo 2
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